Jaime Aphegas: Eu poderia começar essa conversa de vários modos, mas preciso começar do começo (bem começo mesmo). Qual motivo da escolha do título? Por que Câncer? Me parece dramático demais (ousaria dizer sensacionalista, talvez) pra história que vocês estão contando...
Dalton Correa Soares: Bom Jaime, definitivamente é um nome forte, de impacto e que choca logo de cara e essa é exatamente nossa idéia com o título. Estamos em um processo de reestruturação dentro da revista, passamos um bom tempo sem lançar material novo - após “O Contínuo” #6 - e entendemos essa revista especial como uma “volta” definitiva do selo O Contínuo. Queremos entrar novamente nesse “jogo” de fazer quadrinhos e entrar pra arrebentar. Então, por que não fazer isso da maneira mais chamativa?
Quanto ao que se refere à história (e sem querer estragar a surpresa), Câncer não significa apenas doença ou astrologia... Pode significar um estado de espírito... rs. Bom, já falei demais! Leiam e tirem suas conclusões!
Mathé: Acredito que um título tem a função de contribuir com a história, e não de dizer o que ela é. E neste caso a contribuição do título é causar impacto. Acho que ele se tornaria sensacionalista se a história tivesse o foco voltado para o fato de parte considerável das pessoas dessa realidade estarem com câncer de pele. Isso causou uma polêmica interna no grupo durante a escolha, porque o caminho da história foi o oposto, foi evitar ao máximo fazer referência à doença, pra que não parecesse com uma coisa assistencialista, nem gerar uma espécie de complacência no leitor em relação aos personagens. Tenho dúvidas, inclusive, se fomos suficientemente claros com a mazela social pela qual essa sociedade que criamos está passando.
Olavo Costa: A escolha do título gerou muitas discussões. Eu até fui a favor de utilizar um símbolo no lugar de um título. A princípio, me parecia uma idéia genial: você sabe, aquele símbolo do signo de câncer (quem não lê horóscopo já viu nos cavaleiros do zodíaco e não existe um terceiro grupo de pessoas que nunca viu nenhum dos dois), num lance parecido com o que fez o cantor Prince quando decidiu abandonar o nome e ser designado por um símbolo de masculino/feminino. Quem foi contra disse que, além de parecer um “meia-nove”, ia ficar difícil para fazer o marketing, afinal de contas essa porcaria desse símbolo não existe em teclado de computador, também dificultaria a catalogação nas lojas, etc. Bom, taí porquê ninguém ouviu falar do Prince por um bom tempo...
J.A.: Uma coisa que percebi, é que muito do mundo é contado através do visual. Não nos é dito como essa sociedade chegou a esse ponto, ou porque é assim. Incomoda a vocês o fato de que um leitor desatento possa não entender que tudo se trata de um realismo fantástico?
D: Honestamente, não me incomoda. Acredito que o foco da nossa história não é falar de uma sociedade de um mundo fantástico ou apocalíptico, de ficar explicando como tudo chegou a esse ponto... Estamos falando de uma pessoa, Diego, o que ele sente e como todo o processo de trabalho e associações livres que ele faz a partir do mundo que o cerca o transformam em um novo homem.
J.A. - Vocês vinham de uma seqüência em outra Revista (“O Contínuo” que está em sua 6ª edição), por que, então, dar uma pausa e se atirar em outro projeto?
D: Acredito que dentro d’O Contínuo temos liberdade máxima de criação, não devemos nada a ninguém, nada nos impede de seguir em várias direções dentro do nosso selo. Ao final da edição número 6 d’O Contínuo ,sentimos uma necessidade muito forte e urgente de começar a pensar em como a cor podia nos ajudar a contar uma história em quadrinhos diferente, talvez até melhor do que vínhamos fazendo. Como é de conhecimento público, O Contínuo é uma publicação PB e tem uma linha editorial bem clara e definida e nós gostamos dessas regras, elas fazem sentido para o que fazemos na revista. Por isso, para não bagunçar a casa e ao mesmo tempo seguir em frente em nossas experimentações, criamos esta edição especial. O interessante disso tudo foi que toda essa viagem por uma edição especial, por um processo de trabalho diferente agregou muitas coisas à nova edição d’O Contínuo, a número 7, tenho certeza que todo mundo vai se surpreender com ela.
M: Não concordo que tenha sido uma pausa. Até mesmo porque sofremos exatamente com a falta de regularidade no lançamento de nossas edições, o que torna o termo pausa relativo. O que eu acho que aconteceu foi que dividimos forças para fazer do nome O Contínuo mais que uma revista, um selo. Porque enquanto não houvesse outra publicação nossa, continuaríamos sendo somente uma revista com este nome. Isso influencia até na pergunta anterior, porque o título precisava ser forte, para que ninguém achasse que era mais uma edição de nossa revista regular.
Outra coisa e que acredito que sentíamos a necessidade de fazer algo novo visualmente. O Carlos, nosso diretor de arte e designer, ficou incomodado com o fato de termos muito cinza na edição número 6.
E acho que ele tinha razão, mas também acho que isso já era reflexo da vontade de mais recursos visuais. Pessoalmente fiquei muito feliz em poder produzir, pela primeira vez em minha vida, uma história em quadrinhos que desenhei, fiz arte-final e cores, com a liberdade que eu queria. Acho que fica mais fácil de ver minhas limitações e erros e melhorar para o passo seguinte.
J.A.: O Mathé falou da falta de regularidade. Isso é um problema ou é proposital? As HQs, assim como o cinema ou a tv, surgem como um boom das culturas de massa. O caráter industrial é uma importante parte desses meios. Não deveria ser assim com os quadrinhos?
D: Acho um problema, um grande problema que a maior parte das revistas independentes sofre. Quando não existe uma estrutura mínima que sustenta todo o processo de criar quadrinhos, e chamo de estrutura mínima receber pelo que se produz, tudo fica relegado à pura força de vontade, o sujeito produz quadrinhos porque ama.
Isso é falho porque sempre vai ser necessário pagar as contas, comer, sair com a namorada e tudo mais... Em algum momento o sujeito vai ter que parar de fazer quadrinhos (que ele tem feito por pura força de vontade) pra ganhar a vida. E aí todo o circuito de produzir a revista emperra, começam a surgir os atrasos... E adeus regularidade.
Respondendo a sua segunda pergunta: sim, deveria ser assim com quadrinhos, se faz necessário um caráter industrial que estruture toda a produção e não fique baseado apenas na vontade de fazer, é importante tanto para quem produz como para quem lê.
No caso d’O Contínuo, grande parte do nosso esforço de reestruturação tem a ver com garantir a regularidade dos nossos projetos; de tornar todos eles sustentáveis.
O: Acho que a regularidade – que não conseguimos manter – é um fator característico da produção industrial positivo, principalmente para o leitor e para a manutenção da qualidade do trabalho. No entanto devemos tomar cuidado para não tornar um modo específico de produção mais uma limitação para esse mesmo trabalho...
J.A. - O Dalton mencionou o fato d'O Contínuo ser PB. Não caberia n'O Contínuo uma edição em cores? A impressão que dá é que todo mundo faz HQ PB hoje em dia pelo custo mais baixo...
D: Como disse antes, temos liberdade máxima, se o grupo julgar que podemos fazer histórias mais interessantes n’O Contínuo em cores, quebraremos esta regra auto-imposta e faremos colorido! É uma realidade, muitas revistas independentes escolhem contar historias em PB porque é mais barato; não julgo errado que alguém siga nessa direção... Produzir quadrinhos assegurando o mínimo de qualidade é caro... Para mim, dentro d’O Contínuo, contar histórias em PB sempre foi uma escolha, acredito que traz força e densidade às historias, uma vez que nossa linha editorial dentro dessa publicação é focar a metrópole. Nossa referência para contar este tipo de história é São Paulo, que a meu ver se parece com um grande motor cinza e sujo.
O: Bem, eu não diria que é apenas uma escolha narrativa (afinal só conseguimos produzir uma revista colorida após seis edições bem-sucedidas d’O Contínuo), mas concordo que essa escolha deveria ser sempre a principal. Já no caso da capa, as duas cores são uma opção financeiramente pouco mais barata que as quatro cores tradicionais e temos sempre tentado levar essa limitação a novas possibilidades. Basta acompanhar o uso dessas cores ao longo de seis edições da revista...
De qualquer maneira, tenho certeza que cada vez mais veremos material independente com uma produção gráfica de qualidade, pois esse tipo de produção vem se tornando cada vez mais acessível. Já acabou o tempo do fanzine em xerox. Hoje isso só faz sentido se a publicação conseguir fazer dessa especificidade, dessa limitação, uma nova possibilidade criativa ou narrativa...
J.A. - Diego é um artista plástico. E todo artista plástico é meio mala e xarope, e Diego não é diferente. E pelo que sei todos vocês têm formação de artista plástico, por que então voltar às raízes para contar essa história?
D: Acho que contar essa história, também teve muito a ver com rever certos processos que a faculdade de artes nos ensinou. Se apropriar de elementos comuns a estudantes de artes (e artistas, por que não) e tentar fazer eles funcionarem nos quadrinhos; posso citar, por exemplo, o fato de utilizarmos um caderno de desenhos de uma maneira a construir uma narrativa. Além do que, como você disse, artistas plásticos são todos xaropes!... Rs... Aí está um tipo de história da qual podemos falar com propriedade!
M: Acho que o que mais pesou para o fato de termos um artista como personagem principal, foi poder contar com o recurso do caderno, que, ao menos para nós, foi uma tentativa de testar um tipo diferente de narrativa. Mas acho que o Dalton e o Olavo estão mais aptos do que eu a responder essa pergunta.
O: Tínhamos dois desenhistas disponíveis para a edição especial e queríamos contar apenas uma história ao longo de toda a edição ao invés de fazer um compilado como é a revista O Contínuo, por isso, quando selecionamos o roteiro, pensamos em histórias em que a presença de um segundo desenhista contribuísse não apenas visualmente, mas narrativamente. A idéia do personagem–artista surge desse esforço narrativo de juntar desenhistas diferentes para contar uma mesma história.
J.A.: Todo mundo tem uma certa deformidade na história? Por quê? E por que diabos a galerista, a tal da Helena, continua sendo gata?
D: Ah, mas você conseguiu ver o queixo dela? Como você sabe que ele tem um? Rs. Sempre vão existir garotas bonitas! Tá certo, algumas podem ter alguns dentes a menos como na Idade Média, mas sempre existirão! O mundo que ambienta essa historia é um lugar onde a luz do sol causa danos terríveis à pele; imagine o nosso mundo umas cem vezes pior!
M: Sim, a maior parte das pessoas sofre com um problema de câncer de pele, causado por um sol muito forte. Inclusive as pessoas mudaram suas rotinas. A noite agora é o horário mais importante do dia, não é mais possível viver sob o sol.
Sobre a Helena existem dois motivos. O primeiro e mais importante é que desenhar mulher bonita e uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida. Depois o fato dela não ser afetada também está ligado ao fato de que ela se esconde muito da luz, isso foi para mim o ponto crucial quando, durante o desenvolvimento da personagem, escolhi um casaco que cobrisse parte do seu rosto. O que confere a ela um tom de mistério também.
O: Bem todo mundo sofre de uma doença que é um tipo de câncer de pele, uma super-sensibilidade (não, isto não é um super-poder) à luz. O fato de todo mundo ter que viver sem a luz do Sol dá uma importância maior para a luz na vida do personagem principal e tudo isso é uma desculpa para tornar a cor (luz, mesmo quando pigmento) um elemento narrativo. Certamente existirão leitores desatentos que não perceberão muito disso que acabamos de explicar. Mas sabíamos desse risco e graças a Deus não começamos nossa história com um texto explicativo pé-no-saco.
J.A.: Percebi que a revista é parte quadrinhos e parte livro sketch? Por que essa escolha? O sketch não deveria ficar com o autor da obra e só ser publicado quando o mesmo for famoso?
D: As experimentações dessa revista vão além do fato de utilizarmos cores, também queríamos contar a história de uma maneira diferente, como disse antes, escolhemos utilizar a estrutura de um caderno de desenho, que não segue necessariamente uma ordem lógica de tempo, alguém pode fazer várias anotações e desenhos em uma página com diferentes estilos e estados de espírito. Quanto ao sketch ficar com o autor e só aparecer quando o sujeito ficar famoso... Bem, tem gente que pensa assim. Para O Contínuo, o sketch também pode ser uma ferramenta para potencializar a narrativa.
M: Os sketches estão com os autores. Por mais que a parte do Olavo se assemelhe ao que chamamos de esboço, deu um tremendo trabalho para ele esse tipo de finalização dos desenhos. A legibilidade dos textos na página, por exemplo, foi uma questão complicada. Vi o menino redesenhar algumas vezes e testar diferentes tipos de fontes para que tudo ficasse como ele queria.
J.A.: Mas o caderno do Diego é apenas uma maneira de intercalar a história? A minha sensação é que o caderno substitui o balão de pensamento.
D: Acho que o caderno agrega muito mais potencial narrativo que o simples recordatório ou balão de pensamento. Através do caderno você tem contato direto com as opiniões de Diego, não de forma apenas textual, mas de como ele vê o mundo. No caderno ele organiza seus pensamentos de maneira visual e isso diz muito do personagem, quando temos um desenho feito às pressas ou quando vemos o quanto ele se demorou sobre outros. Temos acesso direto às suas escolhas. Estruturalmente na revista, o caderno se coloca como único acesso a ele... Uma vez que na parte quadrinhos, tudo é mais distanciado, visualmente distante. Diego é um sujeito que não se relaciona abertamente com o mundo. Acho que isso cria uma tensão visual e narrativa bem interessante para revista que nenhum balão de pensamento pode criar.
O: Essa escolha está intimamente ligada com a necessidade de, como dito antes, dois desenhistas contribuírem narrativamente para contar uma mesma história. Sobre a minha parte, o caderno, posso dizer que os sketches não estão ali gratuitamente, como esboços de um artista-autor, mas sim revelando a subjetividade do artista-personagem. Não sei se falei muito difícil, mas foi realmente um processo meio esquizofrênico de se colocar no lugar do personagem para poder produzir.
O que acho mais interessante, é que essa parte da revista conta com uma passagem de tempo muito diferente da passagem de tempo no quadrinho tradicional. Não que uma ordem de leitura importe muito nessas páginas, mas a relação com o tempo é muito mais indicial, estando, por exemplo, na mudança de materiais de um texto ou imagem para outro, e não no posicionamento da figura dentro da página.
J.A.: Por que cargas d'água a parte que é quadrinhos tradicional me parece uma imagem de animação. E porque parece uma animação se é tudo estático?
D: Acho que o estilo de desenhos da animação tem algo muito interessante que é fazer com que o espectador/leitor se identifique mais com o personagem, a simplicidade de traços em certos momentos, e principalmente no rosto do personagem principal em nossa história, ajudam o leitor a se “enxergar” melhor no personagem, não existe uma barreira de estilo realista ou uma caracterização forte o suficiente para o leitor não poder se ver na história ou se identificar com Diego. Mas tenho certeza que o Mathé e o Olavo têm uma explicação muito mais artística e profunda que a minha...
M: Uma de nossas principais referências na vida é o cinema. Trabalhei nos últimos meses antes de vir pra Europa em uma empresa de comunicação especializada em cinema, e também fiz outros trabalhos com amigos desta área (inclusive, já postei comentários sobre isso no blog d’O Contínuo). Eu tinha vontade de aproximar as cenas da história com o processo cinematográfico. Queria que a direção de arte, figurino e de objetos de cena fossem coerentes com as escolhas de roteiro e de conceito. Até mesmo o formato quadrado da revista, diferente d’O Continuo contribuiu para isso.
Pensamos que a animação, com a idéia de fundos bem trabalhados e pintados e os personagens livres para se desenvolver no foco da ação era um bom caminho. Espero que os leitores também achem que o ambiente tem esta cara.
J.A.: É verdade que o Mathé ficou tão transtornado com essa revista que decidiu nunca mais olhar pra cara de vocês e ir pra França?
M: Sim.
O: 100%
D: Sem dúvida. Passamos os últimos meses trancados em um porão na casa do nosso editor, Pedro Felicio, às vezes ele trazia comida... Isso dependia de quantas páginas eu havia escrito ou da quantidade de desenhos que o Olavo e o Mathé tinham produzido. Ele acreditava que para contar uma história de um mundo sem luz nós devíamos ficar privados dela. Os desenhistas sofreram um pouco mais porque toda semana o diretor de arte, Carlos T:Lemøs os interrogava sobre o porque das demoras... Acredito que ele tenha ido longe demais com o pobre Mathé em um dos interrogatórios...
J.A.: Piadas à parte, vocês poderiam esclarecer um pouco mais como foi o processo de trabalho? O roteiro me parece um pouco inseparável do visual da história. E, além disso, temos uma figura mais próxima de outras linguagens - o cinema ou o teatro - que é o diretor, diretor de arte. Como funcionou isso?
O: Eu nunca trabalhei com cinema ou teatro, então não sei bem o que falar sobre um diretor de arte... Mas o que tenho certeza é o seguinte: se não fosse por essa figura personificada pelo Carlão, essa revista não teria saído. Não é exagero: essa nova figura na empresa O Contínuo nos apresentou uma porrada de limitações e possibilidades para o nosso projeto gráfico, foi o responsável pela coerência e coesão visuais entre os trabalhos dos desenhistas dentro da revista, testou tintas e papéis diferentes para a impressão até não poder mais...
Mas isso tudo eu digo sem entender bulhufas de que cargas d’água faz um diretor de arte... Quem pode falar melhor sobre isso é o Dalton ou o Mathé...
D: Foi tudo novo para nós. Se chegamos à conclusão de que queríamos criar algo diferente do que vínhamos fazendo, começamos isso desde o fundamento de tudo. Fiquei responsável por toda a elaboração do roteiro e trabalhei com o Pedro, o editor, as questões do texto. De cara chegamos ao acordo de que, se fossemos trabalhar com cores, elas precisavam ter uma função narrativa. Acho que isso torna tudo muito inseparável... Quando o Carlos (diretor de arte) e os desenhistas pegaram o roteiro eles tinham uma base sólida para começar a criar suas próprias idéias. Acho que, com isso em mente, toda a equipe sabia qual era o foco a ser trabalhado... Isso deu coesão à revista.
O diretor de arte foi algo bem interessante... Carlos centralizou toda a discussão visual da revista, isso foi excelente porque tínhamos dois desenhistas bem diferentes trabalhando juntos; como fazer estilos tão diferentes funcionarem lado a lado? Ter uma pessoa como “filtro” dessas discussões tornou todo o projeto coerente... Ele conseguia ver o processo de uma maneira mais ampla que os desenhistas (que estão focados em seus trabalhos) e orientá-los sempre pelo melhor caminho. Acho que foi uma ótima experiência e espero que possamos incorporar isso à produção de tudo que fazemos.
J.A.: Quais são os seus projetos futuros?
D: Além da dominação global (risos) temos várias idéias para novas histórias, novos Contínuos, novos especiais. Como disse no começo, voltamos, e voltamos com tudo! “O Contínuo” #7 está quase pronto - e sai nesse primeiro semestre - e já estamos escrevendo “O Contínuo” #8!
M: O selo lança a edição número 7 muito em breve. Eu pretendo organizar minha vida e tenho projetos em mente para novas histórias, mas acho que vão ficar para o ano que vem. Por enquanto, fico daqui do Velho Mundo aguardando o que os outros contínuos reservam pra mim.
O: Bem, nesse ano serei o último dos contínuos a se formar “artista plástico” (risos), com um projeto de quadrinhos para o trabalho de conclusão de curso. Vamos ver se conseguimos conjugar essas coisas (projetos pessoais e do grupo), como estamos fazendo com um projeto pessoal do Alcimar, o “Cancioneiro”, do qual vocês ouvirão falar mais, ainda neste ano...